Problema

Falta de contraste impacta realização de exames médicos em Pelotas

Substância está em escassez em diversos estados e países; no município 1.130 pessoas aguardam para fazer tomografia e 31 por ressonância com uso do insumo, pelo SUS

Carlos Queiroz -

A escassez do contraste, substância utilizada na realização de exames de imagem, tem impactado a rede de saúde de Pelotas, bem como diversos outros municípios do Brasil e de outros países. Na cidade, desde agosto o racionamento é efetuado para evitar que haja indisponibilidade, já que atualmente há uma redução de 50% no fornecimento do insumo.

Em nota publicada em julho, o Ministério da Saúde já indicava o racionamento de contraste iodado. Isso porque a carência ocorre mundialmente devido à interrupção nas cadeias de produção e distribuição por causa da pandemia de Covid-19.

Em Pelotas, para a realização de exames com contraste estão sendo priorizados os pacientes que apresentam quadros clínicos mais urgentes. Na fila das tomografias eletivas e nos serviços de urgência e emergência, por exemplo, as avaliações são realizadas para os casos mais graves, conforme explica a secretária de saúde, Roberta Paganini.

Há mais de um mês a Secretaria monitora os estoques dos hospitais e orienta aos profissionais para que quando haja a possibilidade de utilizar um exame substituto, que não necessite de contraste, ele seja realizado como alternativa e que apenas em casos indispensáveis, a análise seja efetuada. "Essa é uma crise mundial, não é só do Brasil. As providências quanto a isso ultrapassam a nossa governabilidade no sentido de garantir abastecimento, o que nós podemos fazer é priorizar apenas", informa Roberta.

A secretária destaca que a perspectiva de normalização do fornecimento é apenas para fevereiro de 2023, mas que não há garantia. É possível que a data se estenda. Roberta ainda afirma que os hospitais de Pelotas aguardavam a entrega do produto nesta primeira quinzena do mês e que foi confirmado: a redução de fornecimento pela metade continua em vigor.

Segundo levantamento da SMS, atualmente 1.130 pessoas esperam para realizar o exame de tomografia com contraste pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Pelotas. Aguardando ressonância com contraste são 31. Conforme os registros, o paciente que aguarda há mais tempo pela tomografia deu entrada com o pedido em 28 de julho, enquanto a pessoa mais antiga na espera pela ressonância fez a requisição em 26 de agosto.

À espera do exame
Apesar das informações da Secretaria de Saúde, o desempregado Luís Henrique Coitinho diz aguardar por uma tomografia pulmonar no SUS há mais de três meses. Ele relata sentir muita falta de ar, cansaço e dor nas costas. Há nove meses, a realização do primeiro exame apontou que Coitinho tem alterações nos pulmões. Após consulta com pneumologista, uma nova tomografia foi solicitada para averiguação de quadro e possíveis tratamentos.

"Na primeira tomografia que eu fiz deu que tenho broncopatia e micronódulos pulmonares. Para iniciar algum tratamento o pneumologista precisa ver um novo exame para saber se essas dores estão relacionadas a esse problema pulmonar ou também a problemas de coração", conta. Ele comenta ainda que as dores constantes o impedem de realizar diversas atividades comuns do dia-dia.

 

 

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